sábado, 12 de junho de 2010

A borboleta e a flor


Era um dia qualquer na mata
Folhas a choramingar
Molhadas pelo orvalho da noite
Um gavião velho
Ainda com sono
No alto do angico
Esquece-se dos passarinhos
A estradinha tombando pro riacho
A embrulhar o vento
No capim verde em puro descoramento
Uma raposa em passos ligeiros
No dia já claro
Ensaiando risos na barriga
Do jantar nos campos
Nessa harmonia toda
Chega uma borboleta
Feito um beija-flor
Voa e para em pleno ar
Dá boas-vindas ao vento
Na manhã tão azul
Espia com carinho
Amarela no meio do capim
Nada de interessante
Mas a natureza é feiticeira
Dentro do verde
Aparece uma violeta
Com seu vestido lilás
Feliz, bem feliz
A borboleta dança
Nas saias da flor.