sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O ipê-rosa


Brincar debaixo de um ipê-rosa é quase impossível!  É passear por jardins com vestidos róseos claros, acompanhada de flores onde as pétalas se rindo do frescor do vento correm mansas até o chão.
Os pássaros, numa algazarra festiva, numa viagem de galho em galho... E uma menina de olhinhos negros – arredondados ­­– num largo sorriso, sentada no capim verde rasteiro debaixo do ipê.
Ela toda deslumbrada com o movimento das nuvens, salpicando o branco por cima da árvore. O sol, de olho em tudo, passa devagar... Viajando a pé... Realçando as cores do ipê.
Então, a cachorrinha late que o sol esquentou.  A garotinha olha, olha as flores no alto, com brilhos nos olhos, e com a boneca nas mãos _ Ahn! _ Sobe a calçada da casa e fica na varanda: “Quando o sol se esconde, Pretinha?”
A cachorra dócil, ronda a criança, balança o rabo, após deita o corpo no chão de ardósia, assenta a cabeça por cima das patas, sem nada dizer e fica bem quieta.
Apenas a menina, com sua boneca, de voz baixa, os olhos no ipê-rosa. E fica ali na varanda, inventando um mundo _ onde flores são fadas e bonecas são princesas... ­ _ E o sol no céu azul caminhando... caminhando...